sábado, 5 de agosto de 2017

O que passa, ou não passa




Passam as correntes dos rios
Mas ficam ricos sedimentos que
Formam seu leito e orientação

Ou as marés nos mares
Que ao sabor da lua passam
E o eixo da terra, equilibram

Passam os ventos gélidos
Que amaciam os cumes
E renovam a agreste flora

Ou as brisas quentes
Tapetes voadores dos estames
Que vão florir adonde quer

Passam as águas do garimpo
Mas o bom minério
Fica no fundo da bateia

Passam os ilusórios enganos
As palavras decoradas
As sombras forjadas

Só não passam
As sendas de Deus em nós
E o que nos tocou o coração


Maria Adelina



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