segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Caverna














CAVERNA

Foi a noite mais noite de todas as noites
A faca mais funda que abriu o meu peito
E até a luz também era noite
Era tudo noite, num ciclo perfeito!

No fundo do poço, o sangue gelava,
O meu ser era roupa amarrotada,
Era o chão frio, chão impossível,
Não havia dia, não havia luz, não havia nada!

Parecia que voava no escuro
Contra invisíveis paredes
Não tinha saída. A alma vazia
Era uma sede maior que todas as sedes!

Depois, um halo de luz, ou uma sombra, pairou por momentos
No fundo da caverna, mas era tudo ilusão,
Estava mesmo prisioneiro
Na mítica caverna de Platão! 


A. Alves Cardoso




1 comentário:

Cecília Pires disse...

A eterna questão da realidade e da ilusão, a verdade e as sombras! Parabéns ao autor!