quarta-feira, 23 de novembro de 2016





Imperdoável

Imperdoável é o que não vivi,
Imperdoável é o que esqueci,
Imperdoável é desistir de lutar,
Imperdoável é não perdoar,

Tive dois reis na mão e não apostei,
Vi catedrais no céu e não as visitei,
Vi carroceis no mar mas não mergulhei,
Imperdoável é o que abandonei,

Vejo-me cego e confuso nesta cama a latejar
O que seria de mim sem o meu sentido de humor
Praticamente mudo sinto a máquina a bater
É o rugido infernal destas veias a ferver

Imperdoável é dispensar a razão,
Imperdoável é pisar quem está no chão,
Imperdoável é esquecer quem bem nos quer,
Imperdoável é não sobreviver.

Jorge Palma


2 comentários:

Unknown disse...

Imperdoável é não aceitar uma escolha feita no amor. Muito profundo.

Maria Adelina Lopes disse...

Há poemas que ganham quando musicados, outros, como é o caso deste é uma obra-prima por si só.Jorge Palma é outro dos nossos últimos trovadores.