quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Camilo Pessanha - 7 de Setembro 1867 // 1 de Março 1926



Vida
Choveu! E logo da terra humosa
Irrompe o campo das liliáceas.
Foi bem fecunda, a estação pluviosa!
Que vigor no campo das liliáceas!
Calquem. Recalquem, não o afogam.
Deixem. Não calquem. Que tudo invadam.
Não as extinguem. Porque as degradam?
Para que as calcam? Não as afogam.
Olhem o fogo que anda na serra.
É a queimada... Que lumaréu!


Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'
 


1 comentário:

Unknown disse...

Gosto muito de Camilo Pessanha, tão perfeito no soneto, ma rima... como ele só mesmo Florbela Espanca. A nostalgia invencível na alma do poeta.