segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

“ESTAREI SEMPRE CONVOSCO”


Na penumbra dos dias
Ouço voz de cada alma
E repouso no colo
De quem chama por mim!
No silêncio sem palavras
Ofereço partículas coloridas de paz
Pousando o olhar na vil humanidade
Que deambula na inquietude
Pelas entranhas da terra.
Vejo gente coberta de lama
Com garrotes de dor e sofrimento.
Almas cheias de nada
Semeiam crimes hediondos
Por entre as gentes.
Dos meus olhos brotam lágrimas trémulas
Que teimam em não secar!
Nas asas do vento
Subo ao alto das montanhas
Dizendo a quem não chora o meu nome
Que é preciso ressuscitar o amor
Nas veias da terra, esmagar a angústia
E atar as almas com pedaços de ternura.
Não mitiguem a vicissitude
Do que nada muda
Nem troquem as teias do vazio
Pelo néctar da esperança.
É preciso trabalhar a vinha
Viver em comunhão
Seguir as pegadas do perdão
Escutar a voz da oração.
À criança que vive o calvário da dor
Apregoando faminta na rua
O nome da sua mãe
Entre balas que não se sentem
E rios de sangue inocente
Levem o amor e paz!
Ao ancião que jorra suores de angústia
Porque a incerteza lhe consome
E chora com a nostalgia do passado
Ofereçam a ternura e a caridade!
“Estarei sempre convosco!”
E “em verdade vos digo”
É preciso que cada homem
Traga a bondade na alma
E tempere o amor
Com a doçura de um beijo!

Álvaro Lima

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