ALMA
Sim…
sim… a alma
O
éter voando no espaço
Naquele
azul redondo
E
faminto
Que
ninguém consegue agarrar…
Para
chegar até ela
Preciso
de escadas
Preciso
de subir mais alto
Por
degraus de luz que não há…
Arrasto-me
pelo chão
Pelo
solo onde caminham os ossos
Deixando
sulcos e marcas
Que
o tempo vai apagando …
Eu
queria ser alma!
Eu
queria ser pássaro!
Ser
o azul redondo
De
tudo o que sonho e desejo!…
Queria
ser o Outro
O
que voa, o que sonha
O
que ousa…
E
fico espalmado
Como
um paquiderme
Sem
asas, sem rasgo…
A
esvair-me de todo o azul possível
No
asfalto da vida…
A.
Alves Cardoso
3 comentários:
Alma...não carece de comentários, porque ela, a Alma, está ali inteira, escadas para quê?
Bonito poema! De alguém que conhece o significado real das coisas e do que vale realmente a pena. De alguém com alma grande, iluminado, em permanente busca do Absoluto e do sublime!
Tão lindo!
Estar insatisfeito é já por si uma dávida aos poetas. É uma espécie de preço pago pela diferença. Parabéns!
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