sábado, 17 de março de 2018

Mundo sem sombras



Mundo sem sombras


Poesia é intervenção
Aurora de revolução
Grito abafado de escravidão
Ironia dos bem instalados
No dossel dos dominados

E também é

Lírio de brancura gloriosa ou rubra paixão
De amores bordados ponto a ponto
Na tela etérea da alma peregrina
Mote e razão da existência

Poesia é melopeia
Com que em noites de lua cheia
O ancião da aldeia cria esperança
Pelas labaredas da memória

Por artes mágicas impressa
Nos sentidos de quem a lê e sente
Dourado mel que adoça a dor, e que
Extirpa do homem o mal de sua génese

Ramo de oliveira, de um Deus poeta…



Maria Adelina





2 comentários:

Cecília Pires disse...

Muito bonito, mesmo! "Ramo de oliveira, de um Deus poeta". Lindo .Sim, de facto, Deus também será, ele próprio, um poeta, O poeta. Parabens à autora pelo poema, que esa realmente muito bem conseguido.

Anónimo disse...

Poesia é tudo isso e o poema está bonito. Parabéns á autora