quinta-feira, 8 de junho de 2017

JACARANDÁS DE LISBOA


Tange o vento sua cítara,
À volta do jacarandá de Lisboa.

Perto, sem cessar, a onda ruge
E embala adormecida canoa.

De algas se vestem as estrelas-do-mar
E, sem saber o seu destino,
Minha alma vagueia em castelos de menino.

Desperta e embeleza-se a aurora,
Que dança nos braços do jacarandá.

Em sua cor sabe o jacarandá
Que há tormentos na esperança
E alegrias no inferno.

É metafórico o falar
Que percorre meus poemas,
Mesmo quando não ecoa
Um qualquer lamento da minha voz.

Enfim, o braço cansado da noite repousou,
Anoiteceu e adormeceu.

Como em tesouro, se guardam as joias
Das flores azuis do jacarandá de Lisboa!

João Coelho dos Santos


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