segunda-feira, 10 de abril de 2017

O som do silêncio



Os céus estremecem de frio
E as estrelas andam para trás
As galáxias dão-se as mãos
Em gesto de compaixão
Os deuses desembainham
E selam as ordens
Nunca o som do silêncio
Foi tão ensurdecedor

Os relógios não contam o tempo
Suspensos do coração da terra
Gaya aguarda o sinal
Engalana-se com cores
Lenço de dama em torneio
Estandarte dos cavaleiros
Ao serviço da regeneração

Meu Senhor

No teu ilimitado amor
Que limite para te libertar?
Que de paz
Que de bondade
Que de verdade
Que de fraternidade
Que de sacro-ofício
Que de orar-acção
Para da cruz te afastar?

Meu Senhor

Não há mais sudários, nem lágrimas para te chorar…

Nina





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