sexta-feira, 17 de março de 2017

NOVOS CAMINHOS



NOVOS CAMINHOS

 Os meus poemas precisam de carne
E de sangue.
Precisam de punhos cerrados
De raivas.
E têm de fazer mais barulho…

Não mais rodriguinhos balofos
Não mais maneirismos bacocos.
Quero alma. Quero força.
Quero quebrar o círculo das rimas
As sílabas contadas
E as formas impostas.
Quero libertar-me de todo o excesso
Deixar apenas a ver-se
O osso
A carne
O núcleo
Onde as lavas escorrem…

Que os meus poemas hão-se ser fogo
Hão-se ser rudes
Hão-se ser a forja
Onde se crie a justiça
E se eliminem as escórias
E fique apenas o gume
A polpa desligada de todas as cercas
Que a rodeiam e oprimem.

Quero versos vorazes e soltos
Como espadas ou lanças
Descomprometidos e livres
Que chamem os bois pelos nomes
E que nunca se rendam…

É este o meu único caminho
Que tenho para caminhar
Nu e solto de todas as vestes
Que têm obscurecido as mensagens…

Rimas não.
Só se forem malhos, espadas,
Só se forem lanças, granadas
E incêndios.
E sangue dos meus pulsos abertos…

A. Alves Cardoso 



1 comentário:

Unknown disse...

Um grito!

"No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo!" Jesus Cristo