sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Recomeços - José Luís Bastos - Recomeços



Recomeços

Por entre pensamentos, palavras actos e omissões
Dei o meu corpo pela alma em tamanhas agitações

Na ganância de tudo querer ter
Ao mundo pertenci, deixando de Ser

Aqui e ali, a espaços me contento
Na grande ilusão do espaço e do tempo

Isto é uma guerra com grandes façanhas
Sendo a maior a que se trava nas minhas entranhas

Perdido por cem, perdido por mil
Desisti de mim para me juntar ao covil

Só há pouco descobri que dessa ilusão
Se ergueram os mais altos muros da minha prisão

Afinal quem sou eu para julgar alguém
Quando contra mim pequei como ninguém

Ficamos tristes, desiludidos por não termos sido correspondidos
Porém não passaram de episódios mal entendidos

Ó tempo que vais e não voltas, o quanto perdi
Em viver esse tempo na amargura do que não senti

Resta-me o tempo do tempo que sobra
Para fazer o que importa que se encontra na obra

Que bom que é desvendar este jogo
Da perda e reencontro no meu eterno fogo

Da Luz vim, para a Luz quero voltar
Percorrendo o abençoado caminho para lá chegar

Só sei o que sei pelo que vivi
Sabedoria aqui não entrou a não ser pelo que senti

E assim fui aprendendo com grande fervor
Que quem não vai pelo Amor vai pela dor

E o que é o Amor senão a Eterna Sabedoria
E a dor a ignorância duma vida mal preenchida

E agora que talvez já saiba como caminhar
Pois a Paz a mim veio ter para me ensinar a andar

Alguém disse que o caminho se faz caminhando
Mais proveitoso outro não há que pela Paz ensinando

Na incessante busca de ser amado
Pensando que aí reside a felicidade, ó quanto estive enganado

A felicidade não pode ser comprada
Só através da virtude pode ser alcançada

Pois a verdadeira felicidade está em cumprir
O que me foi destinado para amar e servir

Servir desinteressadamente
Para crescer edificantemente

Amar sem condição
Para alcançar o perdão

Porque é amando que somos amados
E é perdoando que somos perdoados

Outrora a casa foi-se com a areia
Mas a da rocha, de pé, mantém-se cheia

Pois é preciso morrer
Para de novo nascer

É tempo de não deixar passar a carruagem
Da nova consciência alerta para a viragem

Um novo Homem, um novo mundo
Com Paz do topo ao fundo

Como o Mestre nos ensina
Que a Paz Seja convosco
E a obra nos possibilita
Que a Paz Seja connosco

A Paz É o Caminho
Para o Amor Incondicional
Que a todos nos une com o carinho
Do Divino e Eterno Silêncio Universal

Saibamos então que cada oportunidade é um recomeço
E que depressa ou devagarinho
A Paz É o Caminho!


JLB


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