domingo, 13 de novembro de 2016

Reconhecimento

 



Existe um barco chamado gratidão
Que navega o rio paralelo à pressa
Que embebe os dias (ou a extinção) destes tempos
Nele florescem os rebentos dos actos
Terra e adubo dos nossos passos
O ar a árvore a nuvem, reconhecer
Quando somos abençoados
Com a calidez da lã que nos abriga
Lembramos do seu crescer?
Do corpo que lhe dá vida, mantida
Pela terra que gera o pasto que gera a vida
Por mãos calosas dobada e tecida
E que em nós se abre em cor, calor, obra-prima
Devemos pensar que é nossa?
Que a cegueira dos sentidos desorientados
Não apaguem a luz dos sentires primordiais
Entrega
Generosidade

Reconhecimento
Gratidão
 
 
Maria Adelina
 
 
 


3 comentários:

Cecília Pires disse...

Lindo! Ora aí estão quatro palavras/ valores essenciais - Entrega, generosidade, reconhecimento e, sobretudo, gratidão, esse barco que navega paralelo à pressa, que resiste às adversidades do mar... Muito bonito mesmo. Parabéns!

Unknown disse...

Belo! A Vida não deixará de prestar homenagem a quem fala dela desta forma sublime, cheia de encantamento. Recebi o ramo com flores de gratidão, reconhecimento e generosidade. Sim, é bela a flor do cato. São de impar beleza todas as flores do deserto.

Anónimo disse...

Bonito, sem dúvida, um apelo a valores que são essenciais à vida. As quatro palavras finais são em qualquer tempo, a seiva que alimenta a navegação, para resistir ás tréguas do mar e chegar ao cais.