quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Silêncios



O que mais retenho na memória são os silêncios
Vales profundos entre as colinas das palavras
Espaços onde o vento adeja e marcam compassos
Onde tantas vezes ficou a sombra de um adeus
Outras tantas, murmúrios de amor calados

O ruído do mar é a pauta de todos os silêncios
Dos que procuraram paz e lá a encontraram
E dos que lá estão sem nunca lá terem estado
O mar é o paraíso dos olhares encarcerados
Por rios de lágrimas que ali desaguam

Renascem em cânticos, rimas, beijos
Emergem em névoa de sal rumo às estrelas
Que com ela se enfeitam alumiando amados
Nas noites em que da terra ao céu, tudo cala
Para escutar os silêncios dos amores eternos


Maria de Jesus




2 comentários:

Anónimo disse...

Bonito poema, a misticidade do silêncio no contexto da alma, bem conseguido,parabéns.






Unknown disse...

Lindo,lindo! "O silêncio é um cântaro sempre cheio"