segunda-feira, 16 de maio de 2016



VEM

Perdeu-se nas areias de um mar salgado
O vento sussurrava nas dunas
Trazia um convite antigo
O sonho pertence-te, dizia,
Vem comigo, vem comigo
E repetia, repetia...
Havia cavalos brancos no mar
E das janelas entreabertas nas ondas
Cantavam sereias
E o mar tocava harpa nos cabelos
E nas rochas desertas:
Vem, vem...
Não te prende ninguém.
- Não, não vou, não posso ir
Não plantaram em mim essa leveza
Vê como estou adormecida
Vê como estou presa.

O mar levou-lhe o grito
Chorou-o todas as vezes
Devolveu-lho no eco reproduzido.

Havia um carrossel de espuma
E nenúfares de água salgada
E o mar docemente cantava:
Vem, vem...
Não te prende ninguém!
Vem, vem...


Anabela Coelho


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1 comentário:

Unknown disse...

Adoro o poema e a imagem! Magnífico!