domingo, 10 de maio de 2015

Hoje, foi um dia feliz - Homenagem a Fina D`Armada






  














Sem Barreiras


Cara Amiga, tinha a intenção de te escrever um poema
Mas como? se a poesia tem rima, métrica, sonoridade, cadência
De que forma conjugar num poema, o muito que te quero dizer
Preencher aquele vazio singular que o teu nome evoca
Como se numa refrega tivéssemos perdido a bandeira
O estandarte da verdade que empunhaste como ninguém

Então, resolvi escrever esta carta sem endosso ou direcção
Afinal.. será que existem barreiras, lugares, distância, separação?.
Sinto-te tão próxima capitã d`armada celeste
A navegar os mares da história que tão bem descreveste
Tomas agora chá com as rainhas, os navegantes, as pioneiras
Reencontros felizes pois de todos vestiste a pele, foste primeira

Por cá todos bem, cegos ainda pela luz que nos rodeia
Da qual és candeia pelo bastião da tua veracidade, incómoda,
Para a modorra acomodada dos contadores da nossa meia-História
Onde o feminino foi banido` por exorcismos de capa e batina
Onde a mulher, campo e celeiro de todos os grãos…de todos
Foi! Quiçá ainda é! Excluída do banquete dos comensais

Termino esta missiva com os cumprimentos habituais…
…Porque será que temos vergonha de mostrar a saudade
Se o ocultar a emoção é suprimir o melhor da nossa humanidade
Sinto saudade amiga, sinto saudade…


Maria Adelina


10 de Maio 2015



2 comentários:

Manu disse...

Um dia VIVO para homenagear uma Senhora, para além da sua obra histórica, era poeta ! Quantas alegrias, ânsias, reflexões, tristeza...nos seus poemas !
O grupo Poetas Vivó `s Poetas esteve à altura da autora.
Sentimento, coração , voz e emoção. Tudo esteve perfeito.

Tal como este poema. Sublime !

Parabéns !

Maria Adelina Lopes disse...

Obrigada Manú. Os grandes Seres são, e sempre serão, nosso exemplo e inspiração.