domingo, 31 de dezembro de 2017
sábado, 30 de dezembro de 2017
Um coração é também um Altar
O Altar
Tantos são os altares
Tantos são os altares
com
ou sem paredes
a transparência
sua única
condição
As
novas Belém que vemos ou não
com os
olhos do corpo ou do coração
onde
a estrela guia por vezes aflora
aos
olhos onde impera a veracidade
Locais
de cita com Anjos mensageiros
em que
a alma abre sulcos pela oração
e as
sementes…as sementes
são os acenos de Deus
Que nunca
um altar seja profanado
por mal-querer endossado
ao sítio
onde mora o sagrado
onde mora o sagrado
Nina
quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
Para ti Anabela - Carlos Arzileiro Pereira
Para
ti Anabela
Como
posso agradecer
Tão
sublime prazer
Quando
escuto seus conselhos
Neles
medito, acredite
Também
solto um forte grito
Logo
dobro os meus joelhos.
A
pureza das palavras
Trocada
nas horas vagas
Tocam
o meu coração
Não
quero ser um qualquer
Porque
sei que Ele não quer
Ver
a minha inquietação.
De
olhos postos no céu
Vejo
algo que me deu
O
que tanto desejei
O
amor não tem limites
Tão
cedo de mim partiste
Mas
estás bem isso eu o sei.
Carlos
Arzileiro Pereira
segunda-feira, 25 de dezembro de 2017
É NATAL! Maria Elisa Flora - Semana D`Ele
É
NATAL!
Sente-se nas ruas
O frenesi das compras,
Dos atropelos,
Da pressa em chegar a qualquer lado.
Algo hipnotizados
Somos arrastados
Neste turbilhão.
Mas de repente,
Surge o alerta da voz interior.
Para onde corres?
Porque não páras?
Deixa o bulício, deixa a azáfama
E contempla
O nascimento.
Não só de Jesus,
Esse está sempre dentro de nós,
No coração.
Mas o nascimento
Da contemplação,
Da gratidão,
Da intenção
De mudança de atitude,
Da consciência
De que de tudo fazemos parte.
E nesse instante de compaixão
Prosseguimos o Caminho
Há tanto tempo iniciado.
E assim, no silêncio,
Apesar do turbilhão,
Com os sentidos despertos
Vemos sem ver
O que pouco a pouco
de nós toma conta.
No horizonte um novo Sol desponta
E a Paz,
e a Harmonia,
e a felicidade
Nascem de verdade!
Sente-se nas ruas
O frenesi das compras,
Dos atropelos,
Da pressa em chegar a qualquer lado.
Algo hipnotizados
Somos arrastados
Neste turbilhão.
Mas de repente,
Surge o alerta da voz interior.
Para onde corres?
Porque não páras?
Deixa o bulício, deixa a azáfama
E contempla
O nascimento.
Não só de Jesus,
Esse está sempre dentro de nós,
No coração.
Mas o nascimento
Da contemplação,
Da gratidão,
Da intenção
De mudança de atitude,
Da consciência
De que de tudo fazemos parte.
E nesse instante de compaixão
Prosseguimos o Caminho
Há tanto tempo iniciado.
E assim, no silêncio,
Apesar do turbilhão,
Com os sentidos despertos
Vemos sem ver
O que pouco a pouco
de nós toma conta.
No horizonte um novo Sol desponta
E a Paz,
e a Harmonia,
e a felicidade
Nascem de verdade!
Maria
Elisa Flora
Quando um Homem Quiser - Ary dos Santos - Semana D`Ele
Tu
que dormes à noite na calçada do relento
numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que dormes só o pesadelo do ciúme
numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
e sofres o Natal da solidão sem um queixume
és meu irmão, amigo, és meu irmão
Natal é em Dezembro
mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
é quando um homem quiser
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
tu que inventas bonecas e comboios de luar
e mentes ao teu filho por não os poderes comprar
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
és meu irmão, amigo, és meu irmão
Ary dos Santos
numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que dormes só o pesadelo do ciúme
numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
e sofres o Natal da solidão sem um queixume
és meu irmão, amigo, és meu irmão
Natal é em Dezembro
mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
é quando um homem quiser
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
tu que inventas bonecas e comboios de luar
e mentes ao teu filho por não os poderes comprar
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
és meu irmão, amigo, és meu irmão
Ary dos Santos
domingo, 24 de dezembro de 2017
NOITE DE NATAL - António Alves Cardoso - Semana D`Ele
O meu
menino é dos bons,
Dos
que não querem
Nem
ouro, nem incenso, nem mirra,
E
dispensa anjos, trombetas, pastores,
Ou
estrelas que guiem os magos.
E
mesmo os animais, como enfeites,
Devem
estar longe da gruta.
O
meu Menino-Jesus apenas quer dormir
Como
os outros meninos,
Sem
luzes, presépios, incensos...
Por
isso, fechei a porta devagarinho
E
corri com os mirones, intrusos,
Para
o mais longe possível,
Que
o menino está dormindo
Nos
braços da sua mãe...
António
Alves Cardoso
Natal de Quem? - Semana D´Ele - João Coelho dos Santos
NATAL DE QUEM?
Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
Do perú, das rabanadas.
-- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!
- Está bem, eu sei!
- E as garrafas de vinho?
- Já vão a caminho!
- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?
- Não sei, não sei...
Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino
Murmura baixinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,
Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!
Algures esquecido,
Ouve-se Jesus dorido:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Não tive teto nem afeto!
Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:
- Foi este o Natal de Jesus?!!!
João Coelho dos Santos
Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
Do perú, das rabanadas.
-- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!
- Está bem, eu sei!
- E as garrafas de vinho?
- Já vão a caminho!
- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?
- Não sei, não sei...
Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino
Murmura baixinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,
Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!
Algures esquecido,
Ouve-se Jesus dorido:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Não tive teto nem afeto!
Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:
- Foi este o Natal de Jesus?!!!
João Coelho dos Santos
sábado, 23 de dezembro de 2017
No cimo da árvore - Ana Homem de Albergaria - Semana D`Ele -
No cimo
da árvore, há quem veja uma estrela, eu vejo uma cruz.
Uma cruz pesada, que de dor se inclina.
Por detrás da noite de insónias acesas, só vê fantasias quem não cegou de tristezas.
Que natal, que brilhos, que música nas ruas... ?
Uma cruz pesada, que de dor se inclina.
Por detrás da noite de insónias acesas, só vê fantasias quem não cegou de tristezas.
Que natal, que brilhos, que música nas ruas... ?
Se,
dentro de nós , há frio no peito ; há olhos molhados
e as dores são só tuas?!
Ana
Homem de Albergaria
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
Eu Estou em Tudo - Semana D`Ele
Eu estou em tudo
O
dia amanheceu cálido, contente, pródigo
Na
presença de filhos nunca esquecidos
Vestiu-se
a rigor, de glória e júbilo
E
Eu estou em tudo...
Nos
ramos saltitantes que saúdam
No
vento suave que vos acaricia
Na
sinfonia de palavras que o céu rege
E Eu
estou em tudo...
Nos
murmúrios sussurrados
Nos
momentos eternizados
Na
minha essência perfumados
E
Eu estou em tudo
No
sol raiado do olhar abençoado
No
Ósculo sagrado, em mim gerado
Toque dos justos, do meu reino recriado
Levei-vos
a Paz...Deixei-vos a Minha Paz...
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
ERA NATAL - Anabela Coelho - Semana D`Ele
Era Natal!
A terra estava já adormecida
Deambulámos pela mansidão da noite
O céu estava acordado
As estrelas cintilavam
E pelo meio delas passava um arado
Subimos pelo deslumbramento da noite
Pelo instante perfeito
Sobre um silêncio branco e sem igual
Não havia renas
Nem surpresas
Mas era Natal!
Anabela Coelho
Natal - Álvaro Lima - Semana D`Ele -
NATAL
Quando
se acende a luz do verdadeiro Natal?
A
luz do sorriso de uma criança
nos
que dormem em lençóis, vincados, de relento,
quando
acedemos essa luz da caridade e da mudança.
Quando
os que passeiam na revolta,
cheguem
á doçura da paz.
Os
que suportam o calvário da dolência,
sintam
o coração cheio de amor.
Quando
aos que semeiam a ingratidão,
levamos
a ternura de uma flor
e
a semente onde não germina solidão.
E
nas pegadas, sulcadas, de amargura,
levamos
o vento, bom, da esperança.
E
quando ao cansado velhinho,
que
se perdeu dos anos e do caminho
o
escutamos sem pressa, ao ritmo do seu coração
na
certeza que o deixemos mais vivo
e
mais leve na solidão.
Ah!
Quando a palavra é um dom
e
toma o caminho, sábio, das parábolas,
o
Natal é paz, o Natal é amor!
Vestem-se
de cor as cidades, as vilas e as aldeias.
Nos
lares, respira-se o aroma do pinheiro
colorido
com os tons da imaginação,
com
a essência e a cor de cada alma.
Na
lareira, o lume ilumina e aquece
a
ceia farta, o espírito e as memórias.
As
crianças exultam de alegria
com
a chegada, esperada, do pai Natal.
O
Natal é esperança renovada
que
alimenta cada coração
uma
suave mística sempre lembrada
no
caminho de cada geração.
Álvaro Lima
quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
Oração - António Pais da Rosa - Semana D`Ele -
ORAÇÃO
Jesus Cristo,
Meu Divino Mestre,
Senhor dos Senhores,
Estrela bendita,
Dos bons e malfeitores;
Caminho da Luz
Que bem me seduz;
O Princípio e Fim
Que cuidará de mim;
Pai maravilhoso,
Um Ser grandioso;
Conselheiro da Paz,
Que afugenta Satanás;
Perfeito e Divino Conselheiro,
Que me guia o dia inteiro;
Origem do Bem e da Luz,
Que me encanta e seduz;
Filho Sagrado de Deus verdadeiro,
De quem quero ser romeiro;
Guia de cegos e filhos abandonados,
E de enfermos mal curados.
Derrama sobre meu corpo
O teu encanto divino e sublime olhar
Para de TI mais me encantar.
Vinde, guia-me e inspirai-me
E, em doce e divina visão,
Como Pai Eterno e não de conjunção,
Iluminai-me e curai-me,
Para poder espalhar tua graça,
Teu amor, meu Senhor,
E assim poder espalhar minha alegria,
Num momento de grandeza e magia,
Cantando e vivendo teu amor,
Entre meus irmãos que te seguem
Com exaltação e fervor.
21MAI2014
Prosa
(António Pais da Rosa, Presidente da APP)
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
Já não sou capaz - Ana Homem de Albergaria - Semana D`Ele -
Tela: Ana Homem Albergaria
Já não sou capaz de escrever poemas de Natal.
Aguardo de novo a tua vinda Menino do Presépio.
Espero de novo pela Família Amor,
Que neste velho Tempo de corações frios se aconchegue
Na simplicidade de uma nova gruta,
Segundo abrigo,
Ultima esperança, do Salvador do Mundo!
Espero-te nesta luta diária, mas não inglória, contra o
egoísmo,
Em nome da Humanidade que se quer reconstruir.
Espero-te no mesmo trilho, mas neste Belém de novos
tempos,
Debaixo de um céu de justiça e num chão seguro para
todos.
Espero-te reedificando-me, fortalecendo-me,
Amando-me, para te amar a ti e amar os outros.
Tenho de estar completa quando chegares!
Quero ser essa nova gruta, robusta mas transparente,
Onde todos te verão Renascer!
Poema : Ana Homem Albergaria
segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
Falavam-me de Amor - Natália Correia - Semana D`Ele
Falavam-me
de Amor
Quando um
ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia
domingo, 17 de dezembro de 2017
Noite Pequena - Semana D`Ele
A
luz filtrou-se intensa pela persiana
semi cerrada
Como
aurora adiantada que se faz sentir em redobrado
E
a brisa moldou-se em voz cristalina que do céu ecoa:
Despertem
o vosso pensar
Quebrem
a vã fascinação
Da
ilusória realidade
Restabeleçam
o perdão
Ensaiem
o hino da paz
Os
tempos são chegados
Do
Caminho reencontrar
Em
cada coração Sou a voz
Bússola
guia da senda do lar
Dêem-se
as mãos, elos de Mim
A
nova Aliança faz-se anunciar
sábado, 16 de dezembro de 2017
Alma Serena
Alma Serena
Alma serena, a consciência pura,
assim eu quero a vida que me resta.
Saudade não é dor nem amargura,
dilui-se ao longe a derradeira festa.
Não me tentam as rotas da aventura,
agora sei que a minha estrada é esta:
difícil de subir, áspera e dura,
mas branca a urze, de oiro puro a giesta.
Assim meu canto fácil de entender,
como chuva a cair, planta a nascer,
como raiz na terra, água corrente.
Tão fácil o difícil verso obscuro!
Eu não canto, porém, atrás dum muro,
eu canto ao sol e para toda a gente.
Fernanda de Castro, in "Ronda das Horas Lentas"
Alma serena, a consciência pura,
assim eu quero a vida que me resta.
Saudade não é dor nem amargura,
dilui-se ao longe a derradeira festa.
Não me tentam as rotas da aventura,
agora sei que a minha estrada é esta:
difícil de subir, áspera e dura,
mas branca a urze, de oiro puro a giesta.
Assim meu canto fácil de entender,
como chuva a cair, planta a nascer,
como raiz na terra, água corrente.
Tão fácil o difícil verso obscuro!
Eu não canto, porém, atrás dum muro,
eu canto ao sol e para toda a gente.
Fernanda de Castro, in "Ronda das Horas Lentas"
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Não me adorem...
Acerca a tua mão da minha...
Não
me adorem, caminhem a meu lado…
Altar?.....
Apenas me recolho ao vosso coração
Sentirei
o vosso amor, nos olhos, onde os vossos se espelhem
Dor?
Porque teimais em manter-me preso a ela, se dela vos libertei!
Da
cruz renasci, em templos nunca me vi não sou gesso ou tela pintada!
Sou a Água da Vida que
corre em ti
Sou o brilho do teu olhar
quando sorris
Sou o arco da tua mão
quando dás
Sou o calor do teu gesto
de amor
Eu
Sou, sempre em Ti – Não te esqueças Tu de Mim
Yeshua
A.
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
A VISÃO
Há-de vir um dia, talvez de madrugada,
em que as mulheres bordarão em oiro fino
com suas novas mãos, no mundo, outro destino
Há-de vir um dia, talvez de nevoeiro,
que solte as asas dos talentos encobertos
que o tempo levará a tempos mais despertos
Há-de vir um dia, talvez de ondas bravas
em que a voz, a pena, o trabalho e o estudo
construam e desconstruam o nada e o tudo
Há-de vir um dia, talvez só com estrelas,
em que mulheres como iguais, não será mito,
comandarão mansas armadas pelo infinito
Fina D`Armada
sábado, 2 de dezembro de 2017
Pequenas Palavras
Pequenas
Palavras
De
todas as palavras escolhi água,
porque lágrima, chuva, porque mar
porque saliva, bátega, nascente
porque rio, porque sede, porque fonte.
De todas as palavras escolhi dar.
porque lágrima, chuva, porque mar
porque saliva, bátega, nascente
porque rio, porque sede, porque fonte.
De todas as palavras escolhi dar.
De
todas as palavras escolhi flor
porque terra, papoila, cor, semente
porque rosa, recado, porque pele
porque pétala, pólen, porque vento.
De todas as palavras escolhi mel.
porque terra, papoila, cor, semente
porque rosa, recado, porque pele
porque pétala, pólen, porque vento.
De todas as palavras escolhi mel.
De
todas as palavras escolhi voz
porque cantiga, riso, porque amor
porque partilha, boca, porque nós
porque segredo, água, mel e flor.
porque cantiga, riso, porque amor
porque partilha, boca, porque nós
porque segredo, água, mel e flor.
E
porque poesia e porque adeus
de todas as palavras escolhi dor.
de todas as palavras escolhi dor.
Rosa
Lobato de Faria
sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
Homenagem na data da sua morte.
O meu
olhar é nítido como um girassol.
Tenho o
costume de andar pelas estradas
Olhando
para a direita e para a esquerda,
E, de vez
em quando, olhando para trás...
E o que
vejo a cada momento
É aquilo
que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei
dar por isso muito bem...
Sei ter o
pasmo essencial
Que tem
uma criança se, ao nascer,
Reparasse
que nascera deveras...
Sinto-me
nascido a cada momento
Para a
eterna novidade do Mundo...
Creio no
mundo como num malmequer,
Porque o
vejo. Mas não penso nele
Porque
pensar é não compreender ...
O Mundo
não se fez para pensarmos nele
(Pensar é
estar doente dos olhos)
Mas para
olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não
tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na
Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque
a amo, e amo-a por isso,
Porque
quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe
por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a
eterna inocência,
E a única
inocência não pensar...
Fernando
Pessoa - Alberto Caeiro
|
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
Preservação...a palavra de ordem
Quantas Cores o Vento Tem
Tu achas que sou uma selvagem
E conheces o mundo
Mas eu não posso crer
Não posso acreditar
Que selvagem possa ser
Se tu é que não vês em teu redor
Teu redor
Tu pensas que esta terra te pertence
Que o mundo é um ser morto,
Mas vais ver que cada pedra, planta ou criatura
Está viva e tem alma, é um ser.
Tu dás valor apenas às pessoas
Que acham como tu sem se opor
Mas segue as pegadas de um estranho
E terás mil surpresas de esplendor
Já ouviste um lobo uivando no luar azul
Ou porque ri um lince com desdém
Sabes vir cantar com as cores da montanha
E pintar com quantas cores o vento tem
E pintar com quantas cores o vento tem
Vem descobrir os trilhos da floresta
Provar a doce amora e o seu sabor
Rolar no meio de tanta riqueza
E não querer indagar o seu valor
Sou a irmã do rio e do vento
A garça, a lontra, são iguais a mim
Vivemos tão ligados uns aos outros
Neste arco, neste círculo sem fim
Que altura a árvore tem
Se a derrubares não sabe ninguém
Nunca ouvirás o lobo sob a lua azul
O que é que importa a cor da pele de alguém
Temos que cantar com as vozes da montanha
E pintar com quantas cores o vento tem
Mas tu só vais conseguir
Esta terra possuir, se a pintares
com quantas cores o vento tem
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Jc87pWX87Xg
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