PELA MINHA JANELA
Aquele
velhinho ali é uma realidade toda!
Todo
ele está morto. Só o cigarro aceso!
O
chapéu, roto, e de banda,
E
o olhar parado, preso...
Fora
da moldura da janela,
Corre
um garoto descalço rodando o arco
Rindo
nos olhos, livres e felizes,
Como
se o céu fosse aquele charco.
Depois
a cena muda e o rapaz,
Aquele
mesmo acabado de dizer,
Leva
uma moça pela mão, tão linda
Que
é um regalo ver!
Na
igreja, os sinos, os meninos,
A
casa grande, a vida a construir,
Aquelas
noites quentes no amor,
Como
se o mundo se fosse destruir!
Na
janela, o velho parece estar ausente,
Como
se aquele corpo não lhe pertencesse
E
fosse uma aguarela antiga e abandonada
Que
ninguém quisesse...
A.
Alves Cardoso
3 comentários:
Lindo!
Quando a vocação versejante nos ilumina!
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