domingo, 1 de julho de 2018

Há na cadência do espaço

Há na cadência do espaço
A luz pálida dos dias
Que navega nos lemes
Dum barco velho ancorado no cais

As margens já não pertencem ao rio
E as nuvens choram o diluvio
Da manhã que entardeceu
No orvalho taciturno da noite

Uma ténue luz percorre os astros
E arrasta no murmúrio das nuvens
O desassossego das margens
Sufragado na mansidão das águas
Ailime

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