AZUL
Eu bebo
o azul
Como
quem saboreia
as
chuvas de verão
e vou
no voo sereno das gaivotas…
A minha
humanidade
é igual
à humanidade dos outros
Talvez
mais sofrida
talvez
mais aguda
Mas
somos todos irmãos
Somos
todos gaivotas
E ondas
E mar
E
sargaços
E dor
E
silêncio
Somos
todos silêncio
E
caminhamos
Descalços
No fio
da navalha
Em
busca do azul…
A.
Alves Cardoso
2 comentários:
Mergulhei no azul tão próximo dos desejos mais profundos, porque ser em azul é a promessa do infinito. Grata pelo momento no "voo sereno das gaivotas".
Lindo! O mundo é aprazível aos seus sentidos; a melhor maneira de o testemunhar é fazer do mundo matéria de puro canto, aprendendo-o na sua inexorável mutação e eternizando a beleza perecível que o ilumina e consome. E isto é ser poeta!
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