domingo, 15 de outubro de 2017

AZUL




AZUL

Eu bebo o azul 
Como quem saboreia 
as chuvas de verão
e vou no voo sereno das gaivotas…
A minha humanidade
é igual à humanidade dos outros
Talvez mais sofrida
talvez mais aguda 
Mas somos todos irmãos
Somos todos gaivotas
E ondas 
E mar 
E sargaços
E dor 
E silêncio 
Somos todos silêncio 
E caminhamos 
Descalços
No fio da navalha
Em busca do azul… 


A. Alves Cardoso 


2 comentários:

Maria Adelina Lopes disse...

Mergulhei no azul tão próximo dos desejos mais profundos, porque ser em azul é a promessa do infinito. Grata pelo momento no "voo sereno das gaivotas".

Unknown disse...

Lindo! O mundo é aprazível aos seus sentidos; a melhor maneira de o testemunhar é fazer do mundo matéria de puro canto, aprendendo-o na sua inexorável mutação e eternizando a beleza perecível que o ilumina e consome. E isto é ser poeta!