Não ousem proibir as palavras
nem ousem roubar-nos as letras.
Não há paredes ou muros que
possam prendê-las.
Elas são aves, são peixes, são
sonhos,
são o leve ondular das sementes
são águas vivas e sol
que os meninos, sentados na
soleira da vida,
vão bebendo, ainda ensonados, na
luz da manhã.
Elas são o rio por onde seguimos
quais naves saídas da bruma
são todas urgentes, que não falte
nenhuma!
E há sonhos que só podem ser
embalados
no veludo envolvente das sílabas
que os homens vão soletrando
sem trelas, limites, fronteiras.
Uma flor inteira é feita de todos
os sonhos.
Todas, desde a mais ínfima letra,
são argilas
para florir uma rosa
ou para desenhar o Amor no rosto
pálido dos homens.
A. Alves Cardoso
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