CAVERNA
Foi
a noite mais noite de todas as noites
A
faca mais funda que abriu o meu peito
E
até a luz também era noite
Era
tudo noite, num ciclo perfeito!
No
fundo do poço, o sangue gelava,
O
meu ser era roupa amarrotada,
Era
o chão frio, chão impossível,
Não
havia dia, não havia luz, não havia nada!
Parecia
que voava no escuro
Contra
invisíveis paredes
Não
tinha saída. A alma vazia
Era
uma sede maior que todas as sedes!
Depois,
um halo de luz, ou uma sombra, pairou por momentos
No
fundo da caverna, mas era tudo ilusão,
Estava
mesmo prisioneiro
Na
mítica caverna de Platão!
A.
Alves Cardoso
1 comentário:
A eterna questão da realidade e da ilusão, a verdade e as sombras! Parabéns ao autor!
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