domingo, 4 de dezembro de 2016

Devagarinho




Devagarinho


Escrevo-te devagarinho
Desenho cada letra
Como se fora um dia
Numa carta eterna

Amo-te devagarinho
Não vá cansar o tempo
Rol de pergaminho
Nas asas do vento

Olho-te devagarinho                                          
Para gravar a promessa
De ver pelos teus olhos
A radiância de Deus

Sinto-te devagarinho
Na folha que se despede
Dança, balança em espiral
E adormece em meu regaço

Penso-te devagarinho
Em lampejos de emoção
Soluço que se torna dom
Raio de sol em cada mão


Maria de Jesus




4 comentários:

Unknown disse...

Lindo! li este poema devagarinho, interpretei-o e sinto-me especial! Parabéns

Maria Adelina Lopes disse...

Existem formas superlativas de amar que nada esperam ou exigem. Onde o fogo é gerador, ardente, mas não se consome, é ígneo, penso ser esse o sentir da autora expresso neste poema. É lindo sim, o poema, e esse tipo de amor que é raro, muito raro, sendo incompreensível para a maioria, inclusive, para os que o motivam.

Cecília Pires disse...

Lindo! Devagarinho, mas muito intenso, cheio de sentimento, de intenção e de emoção. As coisas boas devem sentir-se/viver-se devagarinho, para perdurarem mais tempo.

Anónimo disse...

É devagarinho que se contagiam as almas. Poema nobre e muito sentimental!