segunda-feira, 10 de outubro de 2016




ESTRADA PARA LADO NENHUM

Platão caminhava vendo sombras,
Aristóteles as coisas, os reais
Eu vejo a sombra das coisas
E pouco mais!

Sentado junto à caverna
Que existe em cada um de nós
Vejo passar o rio das memórias
Para a foz

Do esquecimento.
Tudo sombras, meu velho Platão,
Tudo sombras! Real, Real
Só a ilusão.

Aristóteles não passa de um grande tolo!
O real não pode ser assim real
Tão doloroso ele é
E tão brutal!

Zenão tinha razão
Zenão é que estava certo
Ninguém chega ao seu destino
Não há longe nem há perto…


A. Alves Cardoso


3 comentários:

Maria Adelina Lopes disse...

Palavras que mexem no restolho da alma António Cardoso...
Que nunca o Sol nos ofusque
E nossos olhos sejam rios de luar
Porque mito…é o que quisermos criar..

Anónimo disse...

Parabéns a essa mente brilhante e que sentado junto á sua caverna possa sempre pintar os rios das suas memórias

Unknown disse...

Tão lindo!