LÁGRIMA
Cheia
de penas me deito
E com
mais penas me
levanto
Já me
ficou no meu peito
O jeito
de te querer tanto.
Tenho
por meu desespero
Dentro
de mim o castigo
Eu digo
que não te quero
E de
noite sonho contigo.
Se
considero que um dia hei-de morrer
No
desespero que tenho de te não ver
Estendo
o meu xaile no chão
E
deixo-me adormecer.
Se eu
soubesse que morrendo
Tu me
havias de chorar
Por uma
lágrima tua
Que
alegria me deixaria matar.
Amália Rodrigues
3 comentários:
A rainha do fado cantou o seu próprio poema. Nostálgico, quase uma oração! Palmas, sempre.
Tão lindo e profundo! Amália sempre! Fado sempre!
Amália, tão inteira na sua diversidade, maravilhosa em todas as suas facetas, até na de autora que muita gente desconhece. Obrigada Anabela pela sugestão, outras serão sempre bem-vindas.
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