sexta-feira, 27 de maio de 2016






MEA CULPA

Eu também sou uma assassina!

Foi nesse julgamento triste e célere
Entre quinta e sexta feira
Que vi castigar o Nazareno de dois mil anos
E lavando as mãos na água de Pilatos
Deixei-o crucificar na praça dos enganos…

Não o defendi  das bestas e dos facínoras
Mea culpa! Mea culpa!
Sou a reincidente de tantos anos.
Deixei uma mãe de rosto triste e descaído
A chorar lágrimas de sangue em tantos panos…

Disse o Nazareno que era Rei, de outro mundo,
E que em nome do Pai desceu à terra,
Para falar dos homens e de Deus,
Aos rostos tristes dar visão,
E em talhas de água verter o vinho
Multiplicar os peixes e o pão...
Que crime cometeu o Nazareno?
Oh! Mea culpa!
Também sou uma assassina sem perdão!
    
          
Anabela Coelho


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5 comentários:

Unknown disse...

Lindo!

Maria Adelina Lopes disse...

Tal qual hoje o caminho da redenção faz-se pelo exemplo da entrega, Jesus foi o maior exemplo disso. Poema corajoso Anabela.

Unknown disse...

Só uma mãe extremosa tem o sentido da dor pela qual passou o Nazareno. Quem já fez uma via sacra consegue entender a dor que Maria sofreu quando o seu amado filho seguia para o calvário. A mea culpa que notabiliza este poema faz todo o sentido, pois jesus sofreu pelos seus filhos e estes não entenderam a mensagem.
Muito belo este poema PARABENS.

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Unknown disse...

É assim, tem que existir um fundo de sinceridade a justificar a inspiração que gerou o poema.