MEA CULPA
Eu também sou
uma assassina!
Foi nesse
julgamento triste e célere
Entre quinta
e sexta feira
Que vi
castigar o Nazareno de dois mil anos
E lavando as
mãos na água de Pilatos
Deixei-o
crucificar na praça dos enganos…
Não o
defendi das bestas e dos facínoras
Mea culpa!
Mea culpa!
Sou a
reincidente de tantos anos.
Deixei uma
mãe de rosto triste e descaído
A chorar
lágrimas de sangue em tantos panos…
Disse o
Nazareno que era Rei, de outro mundo,
E que em
nome do Pai desceu à terra,
Para falar
dos homens e de Deus,
Aos rostos
tristes dar visão,
E em talhas
de água verter o vinho
Multiplicar
os peixes e o pão...
Que crime
cometeu o Nazareno?
Oh! Mea
culpa!
Também sou
uma assassina sem perdão!
Anabela Coelho
5 comentários:
Lindo!
Tal qual hoje o caminho da redenção faz-se pelo exemplo da entrega, Jesus foi o maior exemplo disso. Poema corajoso Anabela.
Só uma mãe extremosa tem o sentido da dor pela qual passou o Nazareno. Quem já fez uma via sacra consegue entender a dor que Maria sofreu quando o seu amado filho seguia para o calvário. A mea culpa que notabiliza este poema faz todo o sentido, pois jesus sofreu pelos seus filhos e estes não entenderam a mensagem.
Muito belo este poema PARABENS.
É assim, tem que existir um fundo de sinceridade a justificar a inspiração que gerou o poema.
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