segunda-feira, 9 de abril de 2018

Fina D`Armada 9 Abril 1946 // 7 de Março 2014 (serás sempre uma voz na nossa lembrança)






Eu sou a voz







Eu sou a voz e o eco dum tempo novo
que renasce vibrante do fundo dos tempos.
Eu sou a voz do murmúrio dos pinhais
que bate nas urzes dos montes de Arga.
Sou a voz do vento que assobia nos prados
ondulando os milhos plantados em linha
e a erva para o gado que cresce em pauis.
Sou a voz do ralo, do grilo, sou a voz das aves
que quebram os silêncios de madrugadas azuis.
Sou a voz da água das fontes da Armada
cantando por regos entre erva não semeada.
Sou a voz que brama do mar por terras de Âncora,
a voz do oceano chamando barcos e vidas
que partem sem medo em busca de pão.
Eu sou a voz-natureza que nasceu do povo,
sou a voz da mulher que agora tem som,
eu sou a voz e o eco dum tempo novo


Fina D `Armada


In “Âncoras e Horizontes”, APPACDM, Braga, 1998




Sem comentários: