Eu sou a voz
Eu sou a voz e o eco dum tempo novo
que renasce
vibrante do fundo dos tempos.
Eu sou a voz
do murmúrio dos pinhais
que bate nas
urzes dos montes de Arga.
Sou a voz do
vento que assobia nos prados
ondulando os
milhos plantados em linha
e a erva
para o gado que cresce em pauis.
Sou a voz do
ralo, do grilo, sou a voz das aves
que quebram
os silêncios de madrugadas azuis.
Sou a voz da
água das fontes da Armada
cantando por
regos entre erva não semeada.
Sou a voz
que brama do mar por terras de Âncora,
a voz do
oceano chamando barcos e vidas
que partem
sem medo em busca de pão.
Eu sou a voz-natureza
que nasceu do povo,
sou a voz da
mulher que agora tem som,
eu sou a voz
e o eco dum tempo novo
Fina D
`Armada
In “Âncoras
e Horizontes”, APPACDM, Braga, 1998
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