Poema para Deus
Não te engano,
nem me engano
Sou imagem
reflectida da tua inquietude
Só, na força
centrípeta que nos une
Traço
horizontes que te motivem
Escorro da
lembrança quando te conheci
As lágrimas
sem fim dos ciclos de dor
Quiçá, cálice
sagrado de cada vida em flor
Pérolas do
rosário que desfias
Pergunto-me
que te dei do que nada te devo
E quanto me
deste do muito que prometes
Nesta simples
equação encontrei-te de novo
Quando me
disseste: és braço da minha libertação
Voltei a
encontrar-te, lembras?
Naquela tarde
distante em que te confrontei
Com as armas
com que me equipaste
Moldei-as em
fogo, delas fiz bordão de peregrinação
Recrio em tudo
prece e oração
Em sentir de profunda
compaixão
Para colmatar tua
inquietude e solidão
Deus, meu companheiro
de peregrinação
Obrigada, por este já longo passeio
Obrigada, por este já longo passeio
Maria Adelina
3 comentários:
Bonito tema, lindo poema, simbiose perfeita do eu com Deus, numa equação cujo resultado é a libertação
Lágrimas, uma pequena península. Fé um laço colorido que nos une a Deus. Profundo.
"Eleito, Eleito, ó meu Eleito, mas, então, era aqui embaixo que estavas?" Poema do Regresso de Cecília Meireles
Quando os comentários elevam o poema a outra dimensão este renova-se e encontra.se...
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