Memória da Terra
Não
precisamos contemplar a chuva
Inverteram-se
as posições
Agora
é ela que nos contempla
Ergueram-se
os olhos da terra
Que
de cima verte sobre nós
O
pranto ora cascateado ora intenso
De
gotas transbordantes de pena
Das
penas que colhem dos homens
Que
laboram impregnados de ais
E
amam, em leitos secos de amor
Dividem
a terra em quarteirões
Torturam
seu rosto com arame farpado
Carimbam
papéis…a que chamam seus quinhões
As
lágrimas abrandam pra seus olhos clarearem
Ela
precisa ver com mais nitidez os insanos seres
Que
constroem com orgulho suas prisões
Onde
se barricam com medos e provisões
Assentam
sua história em quantos guerrearam
E
os que mais matam…tornam-se heróis
A
terra exerce sua justiça
Pela água, sua memória
Pelo fogo, sua indignação
Pela água, sua memória
Pelo fogo, sua indignação
A.
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