Tange
o vento sua cítara,
À
volta do jacarandá de Lisboa.
Perto,
sem cessar, a onda ruge
E
embala adormecida canoa.
De
algas se vestem as estrelas-do-mar
E,
sem saber o seu destino,
Minha
alma vagueia em castelos de menino.
Desperta
e embeleza-se a aurora,
Que
dança nos braços do jacarandá.
Em
sua cor sabe o jacarandá
Que
há tormentos na esperança
E
alegrias no inferno.
É
metafórico o falar
Que
percorre meus poemas,
Mesmo
quando não ecoa
Um
qualquer lamento da minha voz.
Enfim,
o braço cansado da noite repousou,
Anoiteceu
e adormeceu.
Como
em tesouro, se guardam as joias
Das
flores azuis do jacarandá de Lisboa!
João Coelho dos Santos
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