sexta-feira, 5 de maio de 2017

Tenho Saudades do Calor ó Mãe



Tenho saudades do calor ó mãe que me penteias
Ó mãe que me cortas o cabelo — o meu cabelo
Adorna-te muito mais do que os anéis

Dá-me um pouco do teu corpo como herança
Uma porção do teu corpo glorioso — não o que já tenho —
O que em ti já contempla o que os santos vêem nos céus
Dá-me o pão do céu porque morro
Faminto, morro à míngua do alto

Tenho saudades dos caminhos quando me deixas
Em casa. Padeço tanto
Penso tanto
Canto tão alto quando calculo os corpos celestes

Ó infinita ó infinita mãe

Daniel Faria


1 comentário:

Unknown disse...

Perfeito! Ó que saudade de um Poeta Maior. Eterno no legado e na memória. Sublime a imagem que acompanha o poema. Parabéns.
“Arruma as tuas alegrias e faz as malas como se fosses emigrante.” Daniel Faria