segunda-feira, 1 de maio de 2017

Quereres





Não quero voltar aos mesmos lugares,
feitos a preceito para fascinar
o limitado campo sensorial de cada ciclo

Não quero voltar aos mesmos lugares,
pois se os sentir iguais algo errado existe,
ou eles, ou eu, ficaram no limbo do tempo

Não quero voltar aos mesmos lugares,
sala de espelhos destorcedores que mimam
as superficiais fantasias e ilusórias necessidades 

Não quero voltar aos mesmos lugares,
ser arca adornada de vaidades
em desalinho, mascaradas de verdades

Mas quero!
vales de límpido reflexo
cumes com aroma do céu
estepes que cantam
savanas que inebriam
árvores que dançam
mãos que se tocam
olhares que curam
palavras ditas, ou não
mas que sejam moldadas
no sopro dos anjos
de tão verdadeiras… Eu quero!



Maria Adelina



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