NOVOS
CAMINHOS
Os
meus poemas precisam de carne
E
de sangue.
Precisam
de punhos cerrados
De
raivas.
E
têm de fazer mais barulho…
Não
mais rodriguinhos balofos
Não
mais maneirismos bacocos.
Quero
alma. Quero força.
Quero
quebrar o círculo das rimas
As
sílabas contadas
E
as formas impostas.
Quero
libertar-me de todo o excesso
Deixar
apenas a ver-se
O
osso
A
carne
O
núcleo
Onde
as lavas escorrem…
Que
os meus poemas hão-se ser fogo
Hão-se
ser rudes
Hão-se
ser a forja
Onde
se crie a justiça
E
se eliminem as escórias
E
fique apenas o gume
A
polpa desligada de todas as cercas
Que
a rodeiam e oprimem.
Quero
versos vorazes e soltos
Como
espadas ou lanças
Descomprometidos
e livres
Que
chamem os bois pelos nomes
E
que nunca se rendam…
É
este o meu único caminho
Que
tenho para caminhar
Nu
e solto de todas as vestes
Que
têm obscurecido as mensagens…
Rimas
não.
Só
se forem malhos, espadas,
Só
se forem lanças, granadas
E
incêndios.
E
sangue dos meus pulsos abertos…
A.
Alves Cardoso
1 comentário:
Um grito!
"No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo!" Jesus Cristo
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