terça-feira, 7 de março de 2017

Fina D`Armada deixou-nos há 3 anos



" para que os nossos horizontes nunca conheçam âncoras"



Sempre grata, Fina






Sem Barreiras


Cara Amiga, tinha a intenção de te escrever um poema
Mas como? se a poesia tem rima, métrica, sonoridade, cadência
De que forma conjugar num poema, o muito que te quero dizer
Preencher aquele vazio singular que o teu nome evoca
Como se numa refrega tivéssemos perdido a bandeira
O estandarte da verdade que empunhaste como ninguém

Então, resolvi escrever esta carta sem endosso ou direcção
Afinal.. será que existem barreiras, lugares, distância, separação?.
Sinto-te tão próxima capitã d`armada celeste
A navegar os mares da história que tão bem descreveste
Tomas agora chá com as rainhas, os navegantes, as pioneiras
Reencontros felizes pois de todos vestiste a pele, foste primeira

Por cá todos bem, cegos ainda pela luz que nos rodeia
Da qual és candeia pelo bastião da tua veracidade, incómoda,
Para a modorra acomodada dos contadores da nossa meia-História
Onde o feminino foi banido por exorcismos de capa e batina
Onde a mulher, campo e celeiro de todos os grãos…de todos
Foi! Quiçá ainda é! Excluída do banquete dos comensais

Termino esta missiva com os cumprimentos habituais…
…Porque será que temos vergonha de mostrar a saudade
Se o ocultar a emoção é suprimir o melhor da nossa humanidade
Sinto saudade amiga, sinto saudade…


Maria Adelina

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