Sem Barreiras
Cara
Amiga, tinha a intenção de te escrever um poema
Mas
como? se a poesia tem rima, métrica, sonoridade, cadência
De
que forma conjugar num poema, o muito que te quero dizer
Preencher
aquele vazio singular que o teu nome evoca
Como
se numa refrega tivéssemos perdido a bandeira
O
estandarte da verdade que empunhaste como ninguém
Então,
resolvi escrever esta carta sem endosso ou direcção
Afinal..
será que existem barreiras, lugares, distância, separação?.
Sinto-te
tão próxima capitã d`armada celeste
A
navegar os mares da história que tão bem descreveste
Tomas
agora chá com as rainhas, os navegantes, as pioneiras
Reencontros
felizes pois de todos vestiste a pele, foste primeira
Por
cá todos bem, cegos ainda pela luz que nos rodeia
Da
qual és candeia pelo bastião da tua veracidade, incómoda,
Para
a modorra acomodada dos contadores da nossa meia-História
Onde
o feminino foi banido por exorcismos de capa e batina
Onde
a mulher, campo e celeiro de todos os grãos…de todos
Foi!
Quiçá ainda é! Excluída do banquete dos comensais
Termino
esta missiva com os cumprimentos habituais…
…Porque
será que temos vergonha de mostrar a saudade
Se
o ocultar a emoção é suprimir o melhor da nossa humanidade
Sinto
saudade amiga, sinto saudade…
Maria
Adelina
Sem comentários:
Enviar um comentário