Recomeços
Querida mãe, do teu inconfundível sorriso,
caminha a minha memória nostálgica,
que desperta a recordação do meu
primeiro sopro de vida.
Na companhia das estrelas, que se
vislumbram na melodia do Tempo,
sou o apego da matéria esquecida
dos teus antepassados.
Guardo a tua voz velada, abrigada
nos encantos e recantos da alvorada húmida,
para acolher e preservar a inocência da alma
que me veste.
Grito , contrastado na ira de saber
da morte que me espera:
Vem e faz-me recordar a fragrância
do teu perfume que me enlouquece desde da primeira vez que toquei no teu peito],
Eu estou aqui! Abraça-me, mãe...
peço-te..., porque do teu afago deixarei de acreditar dos sonhos fingidos que
me atormentam],
Libertar-me deste sofrimento sem
dor! O meu corpo sucumbido de uma alma cansada, não quer mais do que
reencontrar a essência do teu perdão].
Um dia, havemos de passar pela Ponte
dos Suspiros, debaixo da luz mortiça do luar envergonhado. Ensinar-nos-emos que
o recomeço da vida começa sempre pela inocência entre as sombras do
esquecimento.
Guardo comigo o teu Cântico Celestial,
proferido pelos teus lábios que declama as palavras que outrora foram
esquecidas:“ Tu és o que sempre fui, meu filho: a centelha do Universo.”
Jorge Poeta
Janeiro 2017
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