domingo, 19 de fevereiro de 2017

Recomeços - Jorge Almeida - Recomeços







Recomeços

Querida mãe, do teu inconfundível sorriso,
caminha a minha memória nostálgica,
que desperta a recordação do meu primeiro sopro de vida.

Na companhia das estrelas, que se vislumbram na melodia do Tempo,
sou o apego da matéria esquecida dos teus antepassados.
Guardo a tua voz velada, abrigada nos encantos e recantos da alvorada húmida,
 para acolher e preservar a inocência da alma que me veste.

Grito , contrastado na ira de saber da morte que me espera:
Vem e faz-me recordar a fragrância do teu perfume que me enlouquece desde da primeira vez que toquei no teu peito],
Eu estou aqui! Abraça-me, mãe... peço-te..., porque do teu afago deixarei de acreditar dos sonhos fingidos que me atormentam],
Libertar-me deste sofrimento sem dor! O meu corpo sucumbido de uma alma cansada, não quer mais do que reencontrar a essência do teu perdão].

Um dia, havemos de passar pela Ponte dos Suspiros, debaixo da luz mortiça do luar envergonhado. Ensinar-nos-emos que o recomeço da vida começa sempre pela inocência entre as sombras do esquecimento.

Guardo comigo o teu Cântico Celestial, proferido pelos teus lábios que declama as palavras que outrora foram esquecidas:“ Tu és o que sempre fui, meu filho: a centelha do Universo.”

Jorge Poeta

Janeiro 2017

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