Aceito
que o olhar teça e desteça
o
contraste dos dias num bailado
de
gestos que se desdobram
e
prolongam para além da pele.
Quero-me
no centro do espaço
onde
tudo começa e acaba,
onde
me uno e desagrego,
onde
me deixo habitar
por
uma quietude imensa.
Desvinculo-me
de todos os enredos
para
que a osmose das trevas e da luz
alcance
o resgate do corpo
que
se retalha roçando o chão
e
se dissipa em pleno voo.
Graça
Pires
De Uma claridade que cega,
2015
3 comentários:
A intensidade habitual desta autora.
Poema lindo e muito profundo.
Gosto deste poema! Envolvente.
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