O
que mais retenho na memória são os silêncios
Vales
profundos entre as colinas das palavras
Espaços
onde o vento adeja e marcam compassos
Onde
tantas vezes ficou a sombra de um adeus
Outras
tantas, murmúrios de amor calados
O
ruído do mar é a pauta de todos os silêncios
Dos
que procuraram paz e lá a encontraram
E
dos que lá estão sem nunca lá terem estado
O
mar é o paraíso dos olhares encarcerados
Por
rios de lágrimas que ali desaguam
Renascem
em cânticos, rimas, beijos
Emergem
em névoa de sal rumo às estrelas
Que com
ela se enfeitam alumiando amados
Nas
noites em que da terra ao céu, tudo cala
Para
escutar os silêncios dos amores eternos
Maria
de Jesus
2 comentários:
Bonito poema, a misticidade do silêncio no contexto da alma, bem conseguido,parabéns.
Lindo,lindo! "O silêncio é um cântaro sempre cheio"
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