sexta-feira, 17 de junho de 2016






"Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor."
                  


 Alberto Caeiro


3 comentários:

Cecília Pires disse...

O poeta das sensações, sem filosofia nem metafísica, que só acredita no que vê, naquilo que as suas sensações percecionam, que gosta se simplificar a realidade, ver o mundo tal como ele é, sem o questionar ou pensar. "Pensar é estar doente dos olhos" diz ele. Uma borboleta é apenas uma borboleta, e de facto é! A cor já é outra coisa , outra realidade... Simplifiquemos, como Caeiro, e tudo será mais claro, menos complicado, mais evidente! Não é por acaso que ele é considerado o mestre dos outros heterónimos, embora só tenha a 4.º classe. Na simplicidade reside a sapiência!

Unknown disse...

Bravo!Volto para este Poeta maior!
"No mundo civilizado e de progresso, algumas coisas vamos perdendo, talvez as mais belas e, entre todas, o sentido da expressão rica e inexplicável da comunicação do que é íntimo e do que é fonte de vida." Júlio Roberto
Venham mais cinco! Renasce a minha esperança...

Unknown disse...

Nos multiuniversos onde estamos inseridos e como nos indica a fisica quântica a realidade está no olhar do observador, ou seja que tudo existe e a metafísica é tão só a extensão além dos limites físicos do olhar, assim, sintamos.