VINHO DO PORTO
Das lágrimas dos homens e dos Deuses
nasceram límpidas estas águas de ouro
que desenharam o dorso das montanhas
e formaram, ao fundo, o rio Douro…
E dos socalcos de xisto e das alturas
feitos de trabalho intenso e mouro
surgiu um néctar, único no mundo.
cada gota dele é um tesouro!
Um barco navegando medos e procelas
vai descendo o rio, cheio de uvas de ouro
colhidas com o suor de tantos braços
rezando à Virgem que não haja agouro…
E vieram naufrágios, perdas e fracassos,
que as águas revoltas são raivosos touros
mas o homem é feito de rocha, de granitos,
heróis aclamados dos vindouros…
Os mortais, como Noé, sempre beberam
deste vinho de levantar um morto
e os Deuses sorridentes concluíram
Valeu a pena fazermos este Porto!
A. Alves Cardoso
3 comentários:
Lindo! A poesia aliada à cultura nacional e ao que de melhor o país tem!
Tudo ganha (ainda) mais vida no canto poético como este "canto" ao Douro, seus tesouros e suas gentes.
Lindo!
Oh, meu estimado Douro... Meu verde céu...
É por lá que a Severa canta o nosso fado!
Enviar um comentário