VEM
Perdeu-se
nas areias de um mar salgado
O
vento sussurrava nas dunas
Trazia
um convite antigo
O
sonho pertence-te, dizia,
Vem
comigo, vem comigo
E
repetia, repetia...
Havia
cavalos brancos no mar
E
das janelas entreabertas nas ondas
Cantavam
sereias
E
o mar tocava harpa nos cabelos
E
nas rochas desertas:
Vem,
vem...
Não
te prende ninguém.
-
Não, não vou, não posso ir
Não
plantaram em mim essa leveza
Vê
como estou adormecida
Vê
como estou presa.
O
mar levou-lhe o grito
Chorou-o
todas as vezes
Devolveu-lho
no eco reproduzido.
Havia
um carrossel de espuma
E
nenúfares de água salgada
E
o mar docemente cantava:
Vem,
vem...
Não
te prende ninguém!
Vem,
vem...
Anabela
Coelho
1 comentário:
Adoro o poema e a imagem! Magnífico!
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