Escrevi
Enquanto
despreocupado
Corria o
frio rio
E no sopro
de uma aragem
Voava feliz
a consciente liberdade
Desprezando
a prima libertinagem.
Escrevi
Que no
aquietar de ânsias revoltas
Florescem
vazios e ausências
Sem saber se
um dia voltas
E que triste
é a criança
Que não
nasce criança
Nem nunca
falou de esperança.
Escrevi
Que mais
além te levará o sonho
E que,
repetidos, sem acaso,
Sempre surgem
o ocaso
E fingidos
luares sem lua.
No esvoaçar
da negra andorinha
E na espera
da risonha primavera
Sem dor no
cair da pétala
Chora a
flor. Chora, chora!
João Coelho dos santos
Do livro NA ESQUINA DA VIDA
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