Quem me
dera ser
Quem me dera ser para sempre viajante na quietude,
absorver
a luz solar em silêncio,
flutuar
na água andar à deriva
sem que
nada disso fosse diferente do estado normal
Quem
dera sentir que estou num qualquer ventre,
quente e
alaranjado onde me aninho e espero
Quem me
dera ser árvore, ser gota ser seiva
e
permanecer assim sem aparente vontade própria
Quem me
dera ser sussurro, búzio do mar, devagarinho
ganhando
forma com o tempo sem qualquer expectativa
Ser
areia brilhante, quente e inerte,
que ainda assim se move e volta a estar muito
próximo de algum lugar
Quem me
dera ser luz,
que
espera em permanência indiferente à velocidade,
ao som a
qualquer turbulência, que partícula essa, enfim
Graça
Amorim
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