Sem Barreiras
Cara
Amiga, tinha a intenção de te escrever um poema
Mas como?
se a poesia tem rima, métrica, sonoridade, cadência
De que
forma conjugar num poema, o muito que te quero dizer
Preencher
aquele vazio singular que o teu nome evoca
Como se numa
refrega tivéssemos perdido a bandeira
O
estandarte da verdade que empunhaste como ninguém
Então,
resolvi escrever esta carta sem endosso ou direcção
Afinal..
será que existem barreiras, lugares, distância, separação?.
Sinto-te
tão próxima capitã d`armada celeste
A navegar
os mares da história que tão bem descreveste
Tomas agora
chá com as rainhas, os navegantes, as pioneiras
Reencontros
felizes pois de todos vestiste a pele, foste primeira
Por cá
todos bem, cegos ainda pela luz que nos rodeia
Da qual
és candeia pelo bastião da tua veracidade, incómoda,
Para a
modorra acomodada dos contadores da nossa meia-História
Onde o
feminino foi banido` por exorcismos de capa e batina
Onde a
mulher, campo e celeiro de todos os grãos…de todos
Foi!
Quiçá ainda é! Excluída do banquete dos comensais
Termino
esta missiva com os cumprimentos habituais…
…Porque
será que temos vergonha de mostrar a saudade
Se o
ocultar a emoção é suprimir o melhor da nossa humanidade
Sinto
saudade amiga, sinto saudade…
Maria Adelina
10 de
Maio 2015
2 comentários:
Um dia VIVO para homenagear uma Senhora, para além da sua obra histórica, era poeta ! Quantas alegrias, ânsias, reflexões, tristeza...nos seus poemas !
O grupo Poetas Vivó `s Poetas esteve à altura da autora.
Sentimento, coração , voz e emoção. Tudo esteve perfeito.
Tal como este poema. Sublime !
Parabéns !
Obrigada Manú. Os grandes Seres são, e sempre serão, nosso exemplo e inspiração.
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