quinta-feira, 30 de abril de 2015
quinta-feira, 23 de abril de 2015
ALMA MENINA E O ROUXINOL
Como
canta o rouxinol
Lá
longe no beiral,
Também
a minha alma canta
Para
afastar todo o mal.
Mas
o mal não existe,
Diz
o rouxinol.
Não
precisas estar triste,
Alma
menina da cor do sol.
Como
não existe o mal?
Se
todos os dias sofro.
Minha
alma sangra e chora,
Sempre
há espera de consolo.
Tua
alma é peregrina,
Viajando
de vida em vida.
Em
busca da Felicidade,
Compaixão,
Amor e Bondade.
Meu amigo rouxinol,
Sempre
tão inspirador.
Mostra-me
o caminho a seguir,
Ao
encontro do Amor.
Simplesmente…deixa
fluir,
Basta
apenas dar.
O
que precisas a ti virá,
Tudo
o resto é para desapegar.
Compreendo…
Agora
compreendo…
Basta
apenas AMAR.
Dedico este poema a Débora Filipa Pereira Oliveira
segunda-feira, 20 de abril de 2015
sexta-feira, 17 de abril de 2015
Akhenaton, Faraó
Renasce
Não
guardes amarguras em teu coração.
Sê cândido contigo mesmo.
Extirpa toda noção falsa que se refira a ti.
Extirpa todo falso apego.
Olha a Divindade em todas as coisas.
Acima de tudo não te atenhas a falsos queixumes.
Sê forte.
Descansa em espírito sobre o que é imortal e imortal chegarás a ser.
Lembra-te que nenhuma frustração é definitiva,
Há sempre um imprevisto apaziguante,
quando tudo parece perdido....
Deixa que teus pensamentos e sentimentos
sejam grandes, universais, acima de todo egoísmo.
Então, ainda que sob a mais densa obscuridade
da terra, perceberás, mesmo que confusamente
que o princípio, é a Luz de Aton, o grande Sol
Sê cândido contigo mesmo.
Extirpa toda noção falsa que se refira a ti.
Extirpa todo falso apego.
Olha a Divindade em todas as coisas.
Acima de tudo não te atenhas a falsos queixumes.
Sê forte.
Descansa em espírito sobre o que é imortal e imortal chegarás a ser.
Lembra-te que nenhuma frustração é definitiva,
Há sempre um imprevisto apaziguante,
quando tudo parece perdido....
Deixa que teus pensamentos e sentimentos
sejam grandes, universais, acima de todo egoísmo.
Então, ainda que sob a mais densa obscuridade
da terra, perceberás, mesmo que confusamente
que o princípio, é a Luz de Aton, o grande Sol
".... uma inscrição que Akhenaton mandara gravar nas paredes exteriores do incensário do seu palácio
Akhenaton, Faraó
XVIII
dinastia do Egipto que reinou por dezassete anos e morreu em 1334 a.C
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Eduardo Galeano morreu - Que viva o Mestre e se cumpra a Utopia
Os ninguéns
As
pulgas sonham em comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em
algum dia mágico de sorte chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não
chova ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da
boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce,
ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.
Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, malditos e mal pagos:
Que não são embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialectos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.
Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, malditos e mal pagos:
Que não são embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialectos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.
Eduardo
Galeano
terça-feira, 14 de abril de 2015
domingo, 12 de abril de 2015
Manhã de "Renascimento"
Hoje aconteceu mais uma Manhã de Poesia muito especial.
A nossa imensa Gratidão a Todos os que participaram e especialmente aos nossos convidados da ACAPO, pelos seus testemunhos de renascimento e pela sua Poesia.
O
dia em que o Sol veio escutar poesia
Na
casa secular onde as paredes dão flor
Veio
de visita e assim como quem não quer
Deslizou
pelas janelas e entrou manso e quedo
Atapetou
o chão com passadeira de suave rubor
Afinal
era a sua vez primeira de entre rimas e trovas
Sentir
ele próprio o que há séculos faz sem saber…Renascer
A
sala tingiu-se de um branco alvar para o receber
Como
em dia de vindima chegaram as cestas fartas
Onde
saltitavam palavras ora tímidas ora emocionadas
Que
se transformaram em pérolas transparentes
Disfarçadas,
na magna consciência a que chamamos, Sol
A.
12
de Abril 2015
sexta-feira, 10 de abril de 2015
Daniel Faria
10/4/1971 // 9/6/1999
Um coração de sangue
Um coração
de sangue
Um coração
de xisto e aço
Um coração
angular e redondo
Como a pedra
que te abre
Do interior
do chão
Um coração
solar
De granito
De carne
Curado da
noite de nascença
Um coração
de homem
Um coração
de homem vivo
Um coração
de criança ao colo
Interior
-Mais
interior do que o sangue no coração que me darás-
Peço um
coração
Nuclear
Daniel
Faria - de Explicação das Árvores e de Outros Animais - 1998
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Egito
Gonçalves
8
Abril 1920 // 29 Janeiro 2001
Com
Palavras
Com
palavras me ergo em cada dia!
Com palavras lavo, nas manhãs, o rosto
e saio para a rua.
Com palavras - inaudíveis - grito
para rasgar os risos que nos cercam.
Ah!, de palavras estamos todos cheios.
Possuímos arquivos, sabemo-las de cor
em quatro ou cinco línguas.
Tomamo-las à noite em comprimidos
para dormir o cansaço.
As palavras embrulham-se na língua.
As mais puras transformam-se, violáceas,
roxas de silêncio. De que servem
asfixiadas em saliva, prisioneiras?
Possuímos, das palavras, as mais belas;
as que seivam o amor, a liberdade...
Engulo-as perguntando-me se um dia
as poderei navegar; se alguma vez
dilatarei o pulmão que as encerra.
Atravessa-nos um rio de palavras:
Com elas eu me deito, me levanto,
e faltam-me palavras para contar...
Com palavras lavo, nas manhãs, o rosto
e saio para a rua.
Com palavras - inaudíveis - grito
para rasgar os risos que nos cercam.
Ah!, de palavras estamos todos cheios.
Possuímos arquivos, sabemo-las de cor
em quatro ou cinco línguas.
Tomamo-las à noite em comprimidos
para dormir o cansaço.
As palavras embrulham-se na língua.
As mais puras transformam-se, violáceas,
roxas de silêncio. De que servem
asfixiadas em saliva, prisioneiras?
Possuímos, das palavras, as mais belas;
as que seivam o amor, a liberdade...
Engulo-as perguntando-me se um dia
as poderei navegar; se alguma vez
dilatarei o pulmão que as encerra.
Atravessa-nos um rio de palavras:
Com elas eu me deito, me levanto,
e faltam-me palavras para contar...
Egito Gonçalves, in 'Antologia Poética'
terça-feira, 7 de abril de 2015
RENASCER
Renasço…
Renasço alegre e
feliz…
Renasço com a
certeza que construo um novo caminho,
Uma nova vida.
Uma vida repleta
de energia positiva,
Uma vida assente
nos princípios que acredito,
Uma vida com
amor suficiente para ultrapassar
Todos os obstáculos
que possam surgir.
Uma vida com a
qual eu sempre sonhei,
Mas sempre me
faltou a coragem para viver plenamente
Sentir cada
emoção,
Cheirar cada
odor, saborear cada paladar…
Enfim, quero
apenas viver
Viver
livremente,
Com todas as
capacidades que o meu ser possui.
E então poderei
gritar,
Eu amo-me plenamente!!...
.
Almada Negreiros - 7/4/1893 a 15/6/1970
O
Echo (Eco)
Tão
tarde. Adão não vem? Aonde iria Adão?!
Talvez que fosse á caça; quer fazer surpresas com alguma corça branca lá da floresta.
Era p'lo entardecer, e Eva já sentia cuidados por tantas demoras.
Foi chamar ao cimo dos rochedos, e uma voz de mulher também, também chamou Adão.
Teve medo: Mas julgando fantasia chamou de novo: Adão? E uma voz de mulher também, também chamou Adão.
Foi-se triste para a tenda.
Adão já tinha vindo e trouxera as setas todas, e a caça era nenhuma!
E ele a saudá-la ameaçou-lhe um beijo e ela fugiu-lhe.
- Outra que não Ella chamara também por Elle.
Almada Negreiros, in 'Frisos - Revista Orpheu nº1'
Talvez que fosse á caça; quer fazer surpresas com alguma corça branca lá da floresta.
Era p'lo entardecer, e Eva já sentia cuidados por tantas demoras.
Foi chamar ao cimo dos rochedos, e uma voz de mulher também, também chamou Adão.
Teve medo: Mas julgando fantasia chamou de novo: Adão? E uma voz de mulher também, também chamou Adão.
Foi-se triste para a tenda.
Adão já tinha vindo e trouxera as setas todas, e a caça era nenhuma!
E ele a saudá-la ameaçou-lhe um beijo e ela fugiu-lhe.
- Outra que não Ella chamara também por Elle.
Almada Negreiros, in 'Frisos - Revista Orpheu nº1'
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