Bulhão Pato
3 de Março 1828 - 24 de Agosto 1912
3 de Março 1828 - 24 de Agosto 1912
Às vezes, quando a teu lado
Comparo a expressão que outr'ora
Tinha teu rosto adorado,
Á sua expressão de agora...
Não sei que tristeza vaga
Que impressão sentida e funda,
O meu coração esmaga!
Oh! mas sei que a alma se inunda
De uma súbita amargura,
De uma tal angustia e dor,
Que toda a luz da ventura,
Que me vem do teu amor
Toda com ela se apaga!
Loucuras serão, delírio
D'este ardente imaginar;
Serão, sim; mas o martírio,
Com que me sinto acabar,
Só tem poder tua mão
Para de todo o findar
Neste opresso coração!Tinha teu rosto adorado,
Á sua expressão de agora...
Não sei que tristeza vaga
Que impressão sentida e funda,
O meu coração esmaga!
Oh! mas sei que a alma se inunda
De uma súbita amargura,
De uma tal angustia e dor,
Que toda a luz da ventura,
Que me vem do teu amor
Toda com ela se apaga!
Loucuras serão, delírio
D'este ardente imaginar;
Serão, sim; mas o martírio,
Com que me sinto acabar,
Só tem poder tua mão
Para de todo o findar
Raimundo António de Bulhão Pato
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