Em cima do sol, havia nuvens
Desvairadas, numa arrelia sem
tempo
Prontas a rebentar em zaragata
Capazes de tapar o sol
Se descessem
Mas não desceram
Assustadas, fugiram para sul.
E o sol perdeu altura
Ficou mais manso
Sem cobertura de chuva
Ergueu os raios
Rejubilou.
Deitou-se em cima do mar
Numa almofada de espuma.
Diante de nós
Acordou criança
A esfregar os olhos
A balbuciar
Um doce
Deitado ainda
Em lençóis de maresia
Alvorada
Fresca.
E nós, ali.
O nosso sol nos braços
Nos abraços
Sôfregos
Famintos
Apressados
Em orvalhadas
Meninas
Amando
Um sol
O nosso sol.
Aida Araújo Duarte
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