Prendi
a Poesia
Mantenho-a cativa num olimpo
onde ela sobreviva
Com ou sem palavras, só para os
deuses faz sentido
Há tanto tempo que partiste, perdi
a conta
Se horas, anos ou eras, que
importa
Na árvore da vida nada se apaga
Quiçá um dia, uma menina apaixonada
Desenhe num tronco a memória
desbotada
Duns versos semente de alvoradas
Que o vento espalhou por aí
Vívido, prenhe de sentido, tão
só,
Pelo amor resgate de que é
feita a alma dum poema
Ou pelos campos de estrelas, sementeiras dos poetas
Maria de Jesus
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