segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Há 92 anos ... nasceu Eugénio de Andrade

PARABÉNS  e Gratidão profunda pela Obra deixada




Até Amanhã
Sei agora como nasceu a alegria, 
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.

É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.

Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias. 

Eugénio de Andrade (1923-2005)

1 comentário:

Maria Adelina Lopes disse...

A poesia de Eugénio de Andrade tem o ritmo vida, como o balançar das ondas do mar, eterna.