Escada serpentina mal-iluminada
Degraus de tempo disfarçados
Percurso interdito à razão
Não sei se lia ou sentia
Mas o que não sei em mim
Foi porta aberta ao teu ser
Sou onda a vogar nesse mar
Nas pedras batida, dividida
Na preia-mar esbatida
Eco, reflexo ou reflector
Da voz nua do teu coração
Dor, que em ti não julguei caber
Da saudade fiz vela para na paz fundear
Do amor, hordas de vento a velejar
Entre a neblina que os olhos teimam em
derramar
Em ventos alísios transportada, num oceano
pacífico poisada,
eu sou a paz que se não diz, mas faz!
Sarça-ardente, que ao vento, está vedado
apagar.
Então, que raio faço eu neste mar?
Maria Adelina
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